A peça é o primeiro trabalho infantil do diretor Carlos Escher e será apresentada gratuitamente.
Estudando a obra de Ítalo Calvino, após ler Um general na biblioteca, Carlos Escher viu a possibilidade de produzir seu primeiro projeto infantil.
Convidou para dividir a cena com ele os artistas Gabriel Stippe, Carlota Joaquina e Thales Cristóvão. Em um grande trabalho de equipe, eles criaram por meio do improviso um enredo ímpar, onde o imaginário se torna real através de um cenário criativo, fazendo com que os personagens realmente saiam dos livros.
A peça traz à cena um país fictício chamado Penúria. Certa vez, a maior biblioteca do país teve suas portas fechadas, para que os livros fossem investigados pelo Capitão Bigode de Limão e sua tropa.
A missão era determinar quais livros poderiam ou não ser lidos pela população.
O Sr. Formicarius, o velho bibliotecário apaixonado pelos livros, não admitia que um livro sequer fosse proibido.
Na busca por fazer o capitão mudar de ideia, contou com a ajuda de suas velhas companheiras, as Traças.
Do lado de fora, as crianças não se conformavam com a interdição da biblioteca. O que será que vai acontecer? Será que os livros serão proibidos?
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De forma divertida e lúdica, os artistas incentivam com este espetáculo a leitura e a imaginação. Dos livros saem rainhas e navios, e entre músicas criadas especialmente para a peça, o público pode viajar e curtir esta grande aventura, saindo com a certeza de que, “No livro, tudo tem!”.
Sobre a montagem
Para a criação do espetáculo, Carlos Escher partiu de estudos teóricos sobre leitura na infância para estimular a pesquisa do tema: porque se lê tão pouco e como estimular o contrário nas crianças, utilizando o teatro como ferramenta? Instaurou nos ensaios uma prática coletiva em que elenco, direção, cenografia, figurino, preparação musical e preparação corporal se relacionassem, contribuindo e criando juntos, tendo como base os métodos de atuação de Stanislavski e Brecht.
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Dentre algumas das referências para este trabalho estão as histórias de tradição oral e as histórias sobre pirataria; autores como Luís da Câmara Cascudo, Italo Calvino, Voltaire, Cervantes; e os filmes de Charles Chaplin e Dr. Fantástico, de Stanley Kubrick.
Referências estas que se transformaram em provocações para as improvisações e experimentos cênicos, com base nos quais produziram a dramaturgia do espetáculo.
A cenografia criada por Gabriel Stippe traz para o palco o universo da biblioteca, com livros espalhados pelo palco. Dos livros saem o mar, barcos, piratas e até uma rainha.
O trabalho com o figurino, realizado por Cássio Brasil, partiu de um estudo sobre roupas e indumentárias usadas pela guarda real, e conta com fardas, botas e quepes. Com a intenção de chegar a um figurino lúdico, Cássio optou pela confecção de roupas originais, que dialogam diretamente com a peça e com o universo da criança.
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As canções executadas durante a peça são um espetáculo a parte. Com letras que contribuem para a narrativa, elas entram em cena como se fossem brincadeiras, divertindo e convidando e estimulando o público a imaginar o fundo do mar, tempestades e fogos de artifício.
A direção musical de Gabriel Stippe partiu de sonoridades dos anos vinte e trinta, sobretudo as trilhas de Charlie Chaplin, e criou letras e arranjos exclusivos, utilizando instrumentos como kazoos, apitos, violão, acordeon e alguns outros construídos com sucata.
Sobre Carlos
Carlos Escher é ator, dançarino e diretor. Começou no teatro amador, se apresentando em escolas públicas de São Paulo. Em seguida fez curso de formação em teatro com Eugenia Thereza de Andrade, diretora com que fez suas primeiras montagens profissionais: “Nervos de Deus”, “O Diabo e o Bom Deus”, “Sartrianas” e “Brechtianas Cabaré”.
Trabalhou ainda com diretores como Marcelo Mourato, Marco Antônio Rodrigues e Bete Coelho, até ingressar na Companhia do Latão, dirigida por Sergio de Carvalho, tendo realizado as peças “Ópera dos Vivos”, “O Patrão Cordial”, “O Circulo de Giz Caucasiano” e “A Comédia do Trabalho”, dentre outros experimentos cênicos e trabalhos pedagógicos. No cinema trabalhou como ator em “Coice no Peito” e “Entre Nós Dinheiro” de Renan Rovida e “Carlito, O Lutador”, de Luiz Cruz.
SERVIÇO
O que: No Livro, Tudo Tem!
Onde: Tendal da Lapa
Quando: 26 de Maio, às 15h
Endereço: Rua Guaicurus, 1.100 – Água Branca
Telefone: 11 3862-1837
Estacionamento: Grátis (Rua Constança, 72)
Quanto: Grátis (Retirar ingressos com 01h de antecedência)
Classificação: Livre
Por André Moretti - SP
Colaborador na RMF/PortalDestaque