Se a 18ª Primavera Literária do Rio de Janeiro pudesse ser definida em uma palavra, ela seria “pluralidade”.
Mais de 250 nomes entre escritores, artistas, editores, empreendedores e pesquisadores participaram de cerca de cem atrações gratuitas para públicos diversificados de 18 a 21 de Outubro.
Dez mil pessoas visitaram o evento, consagrado como a mais tradicional feira de autores e editoras independentes do país. Aproximadamente 11 mil livros foram vendidos pelas 70 editoras presentes. Esta edição também marcou o retorno da Primavera Literária ao Museu da República, no Catete, que sediou o festival em dez edições até 2016.
“Os debates cumpriram seu papel de trazer pluralidade ao evento. Discussões atuais que refletem as urgências do nosso tempo foram abordadas em contações de histórias, oficinas, saraus, performances e mesas de debates. Acertamos mais uma vez em mesclar nomes consagrados e jovens talentos dos livros”, resumiu Raquel Menezes, presidente da Liga Brasileira de Editoras (Libre), instituição que promove a Primavera Literária.
Os debates da tenda principal giraram em torno do mote “Faça amor, não faça guerra’, uma referência ao slogan dos protestos de maio de 1968, que completa 50 anos em 2018. O espaço recebeu discussões de temas como “Mulheres no poder”, “Mulheres negras na literatura”, “Mulheres do funk”, “1968: 50 anos depois”, “Ativismo jovem”, “Tabu na literatura” e “Publique sexo”.
Conceição Evaristo, Italo Moriconi, Miguel Conde, Eduardo Jardim, Luiz Antonio Simas, Ricardo Lísias e os estrangeiros Teresa Cárdenas (cubana), Michel Collot (francês) e Gusti Rosemffet (argentino), na foto, foram alguns participantes em destaque na programação. A ocupação dos cineclubes MultiRio, Cine&Manas e Subúrbio em Transe foi uma novidade que ofereceu 12 sessões de cinema com debates, abrangendo a exibição de 50 produções nacionais.
Outros números marcaram a 18ª Primavera Literária: 1.000 estudantes, entre Educação Infantil, Ensino Médio e pré-vestibulandos, 60 livros lançados, mais de 100 profissionais envolvidos, 22 atividades no espaço infantil (contação de histórias, biodança, boxe e apresentação musical) e 24 atrações na tenda principal (palestras, rodas de conversa e debates).
O Dia do Editor ofereceu sete atividades, entre palestras e um workshop, direcionadas ao mercado editorial.
Ao longo de uma história de resistência das editoras independentes, a Primavera Literária se consolida como um espaço de convivência que propicia a aproximação do editor com o público leitor, encurtando as distâncias entre quem faz e quem consome literatura.
A visão que norteia o evento é o estímulo à bibliodiversidade, ou seja, a necessidade de diversidade na produção editorial e nos acervos disponibilizados aos leitores em bibliotecas e livrarias.
A 18ª Primavera Literária contou com patrocínios da Bibliomundi, plataforma de autopublicação e distribuição de e-books, da gráfica Forma Certa e da Metabooks, plataforma de gerenciamento de metadados integrada ao sistema de editores e livreiros.
Por Renato Guima - RJ
Colaborador na RMF/OnLine