Ele integra a banda “osKaraveYo” formada por músicos com mais de 60 anos de idade
Da novela das seis na TV Globo para atuar em horário nobre na nova superprodução da TV Record.
O ator e cantor com 50 anos de carreira, mineiro que adotou o Rio há 40 anos, Ricardo Pavão que está na reprise da novela “Porto dos Milagres” (Canal Viva) volta à teledramaturgia para mais uma trama bíblica. Em “Jezabel” de Cristiane Fridman, ele é o sacerdote Pigmalião na macrossérie, após interpretar o inescrupuloso Vasco na novela global “Tempo de Amar”.
Até chegar ao que chama de “grande presente”, Pavão já personificou 27 delegados na televisão, onde ganha agora mais espaço. O cria do “Grupo Tá na Rua”, do cultuado diretor Amir Haddad, vê seu trabalho tomar grandes proporções na telinha com um personagem de importância na trama.
_ Esse sacerdote vai aprontar muito e a sua idolatria pela comida vai incluir nele pitadas de humor diante dos olhos de quem está em casa. Pode parecer clichê, mas o Vasco também foi para mim um ‘grande presente’ com suas trapaças, a mando de Delfina (Letícia Sabatella).
Foi através do personagem que o ator ganhou novos olhares das produções. Ao lado da talentosa atriz e colega de trabalho, pôde mostrar em mais uma novela de sucesso que consegue fazer na televisão qualquer personagem. Muito além dos delegados que rodam os cenários e não têm vida própria, mas que ele adora fazer “sempre com total respeito e dedicação”. O ator lembra que volta a encarnar outro personagem da autora Cristiane Friedman. E acrescenta que na Record teve destaque exatamente fazendo um delegado, o Fausto, na novela “Chamas da vida".
Pigmalião, um puxa-saco da rainha Jezabel
Em “Jezabel” sob a direção geral de Alexandre Avancini, Pavão grava como o Pigmalião, o fenício, sacerdote do deus Baal, em cenas no Marrocos e no Polo Cinematográfico de Paulínia, no interior de São Paulo. O elenco conta a história de Jezabel (Lidi Lisboa), dona de uma beleza única, rara de se ver, princesa fenícia, a vilã que colocou em risco o povo de Israel.
A primeira sacerdotisa de Aserá, filha de Etbaal (Luciano Quirino), rei da Fenícia. Depois de um acordo entre dois reinos, fenícios e israelitas, a dissimulada Jezabel se casa com o príncipe Acabe (André Bankoff) e se torna a mais perigosa rainha de Israel.
Como diz a sinopse da macrossérie, Pigmalião é homem que adora os prazeres da comida e da bebida. Bajulador da rainha Jezabel. Participa dos rituais orgíacos e do sacrifício de crianças. No desafio do Monte Carmelo, se autoflagela e morre pela espada do profeta Elias.
Esse não é o primeiro trabalho do ator na Record, antes fez a minissérie “Milagres de Jesus” e foi o rei Seom no megassucesso “Os Dez Mandamentos”. O artista elogia todo trabalho da equipe de “Jezabel” ressaltando a “ótima qualidade da estrutura técnica e caracterização primorosa com figurinos e maquiagens. Estou muito feliz com esse novo personagem na Record” – adianta.
Carreira na tevê com várias novelas
Na televisão, Ricardo Pavão fez as duas versões da novela “Irmãos Coragem” (1973/ 1995), na primeira com pouco mais de 20 anos de idade ainda era um jovem estreante, figurante que ficou por todo folhetim. Já na segunda, “fiz o dono da estalagem onde os ‘Coragem’ se reuniam”.
A partir daí, trabalhou em todas emissoras, incluindo a extinta Manchete, com exceção do SBT. Além de ator e cantor, é músico, diretor de televisão, de peças e shows.
Participou de inúmeras novelas, principalmente, na Rede Globo de Televisão, onde fez entre outras, ”Suave Veneno” (1999), ”Da Cor do Pecado” (2004), “Alma Gêmea” (2005) e “Passione” (2010). As séries ”Memorial de Maria Moura” (1994), ”A Casa das Sete Mulheres” (2002), ”A Grande Família” (2003 e 2009), ”A Diarista” e “Dercy de Verdade” (2012), só para citar algumas. Na Rede Record, fez também a novela “Bela, a Feia” (2010).
Show da banda ‘osKaraveYo’ com muito humor pelo Brasil
Ricardo Pavão começou na carreira artística com a música aos 16 anos.
Hoje, mesmo atuando em novelas, quando tem tempo não para de cantar e tocar seu violão na banda “osKaraveYo”, formada por músicos com mais de 60 anos. O repertório é basicamente rock internacional como os “Os Beatles”, por exemplo.
_ Cantamos as músicas em versões para português ao pé da letra.
Fotoreprodução/divulgação
O que no final revela coisas surpreendentes das bandas internacionais como “Os Beatles” que não eram tão caretas.
No grupo todos tocam violão, mas em algumas músicas Pavão toca guitarra, Bida Nascimento - filho do falecido militante do movimento negro Abdias Nascimento, ex-Senador da República, com a atriz Léa Garcia - toca contrabaixo e soma-se à banda Sérgio Meireles.
Esse é considerado pelo ator como o melhor guitarrista do Brasil, já tendo tocado com nomes como Celso Blues Boy. “O Bida já tocou com Nana Caymmi e Al Jaroud” – ressalta.
O show é uma festa e acaba numa energia de bom humor e alegria. Sempre com muita "canja" de amigos músicos e por onde se apresenta a banda o público se diverte.
_ A gente atende a pedidos. Às vezes começamos com 4 músicos e terminamos com 12 amigos tocando. Tocamos músicas que não conhecemos. Cantamos letras que não sabemos, em enrolation – se diverte.
Outros trabalhos
Na antiga TVE Pavão foi diretor musical dos programas da ”Catavento” e ”Sinal Aberto” e dirigiu os programas ”Ra-Tim-Bum”, “Alô Brasil”,” Entre Amigos”, ”Conexão Funk”, ”Mulher Negra 2000″ e outros.
É parceiro de composição com Chico Buarque de Holanda, gravada no disco infantil da peça "Chapeuzinho Amarelo", fez músicas para filmes, entre os quais o premiado ”Terra Para Rose” e Ney Matogrosso gravou sua música chamada “Rejeição”.
No teatro, atuou nas peças “Duas mulheres e um cadáver” (2001), com Fernanda Torres e Débora Bloch, “Cabaret Valentim”, “Morrer pela pátria”, “Uma casa brasileira com certeza”, “Brasil mostra a tua crônica” e outras. Se apresentou nas ruas e praças do país em diversos espetáculos do “Grupo Tá na Rua”. Já no cinema, fez o filme “Tropa de Elite”.
Por Clóvis Corrêa de Andrade - RJ
CICLO Comunicação
Colaborador na RMF/OnLine